- Área: 750 m²
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Fotografias:Amit Geron
Descrição enviada pela equipe de projeto. O horizonte - o encontro da terra com o céu - é o ponto de Arquimedes em cada faixa de arquitetura que orienta o edifício no seu entorno. Pode-se construir tanto em um denso tecido urbano, em uma alta montanha ou um cânion estreito e profundo - cada edifício é medido pelo seu céu. A arquitetura clássica que se desenvolveu no seio da igreja, aspirava o sublime, as dimensões foram impulsionadas para cima através de janelas verticais e altas colunas. Entretanto, a arquitetura moderna, particularmente as construções residenciais, entendem o horizonte como um pano de fundo da criatividade humana, uma ênfase nas dimensões horizontais dos edifícios ou inclusive como um mero instrumento a serviço das necessidades humanas.
Em ambos os casos, os antigos e modernos, o horizonte é o elemento mais simples requerido para colocar o edifício em um contexto, inclusive um imaginário. Em segundo lugar, há a presença de outro edifício e das árvores na lista dos elementos que compõem a arquitetura. Talvez, por isso, o projeto de residências unifamiliares é o último bastão da arquitetura de objetos - ele não é obrigado a reverenciar seu entorno - abordando tanto a arquitetura quanto a escultura.
Esta residência, à primeira vista, é um prisma horizontal flutuando, enfatizado por um horizonte duplo - acima e abaixo. Um segundo olhar procura a reunião do prisma com o solo, tratando de decifrar o sistema de equilíbrio físico que permite a flutuação da composição, enquanto está ancorado, por assim dizer, em um muro de concreto horizontal que descansa sobre uma viga de aço por cima do jardim inglês. O resultado é uma construção realizada como uma coreografia que desafia a gravidade.
A levitação do prisma, formado por linhas limpas, dita a totalidade do terreno e a entrada por meio de divisórias transparentes de diferentes tipos - marcando o solo. Os espaços públicos da casa - a sala de jantar, cozinha, sala de estar, jardim e piscina decorativa - têm seus limites interiores e exteriores completamente esfumaçados. Do mesmo modo, a entrada desde a rua prepara o visitante para a "nave espacial" com ajuda das paredes do obturador de madeira - formando um hall ao ar livre - apenas visível desde a rua e aberto para o interior da casa. Um hall que é construído em proporção ao salão, incipiente, formado por uma massa adicional de concreto que amplifica ainda mais o prisma.
O desenho do pavimento inferior está separado do prisma superior, no entanto, ele se equilibra através de cortes transversais com uma certa funcionalidade construtiva. De fato, é um contrapeso, um equilíbrio ou inclusive uma técnica de ancoragem em todos os sentidos. Dá lugar a intimidade e a privacidade abrigando os dormitórios e a gestão da relação com o meio ambiente. Deste modo, o projeto estabelece diretrizes que fazem com que esta residência não seja somente um objeto virtuoso, mas sim um entorno no qual existe vida.